'Infelizmente em Paulo Afonso, a cultura nunca foi respeitada', analisa jornalista do 'Radar 89'

'A Copa de Velas que antes substituía o carnaval, hoje serve mesmo para quê? A despeito das atrações, digo sem vacilo: gastar o dinheiro do povo.'

                          

O jornalista Júnior Padão é um dos comandantes do programa “Radar 89” jornalístico da Delmiro FM, que vai ao ar todas as tardes, de segunda a sexta-feira. Na ausência de Ozildo Alves (âncora) Padão segue no comando junto ao outro colega de bancada, Epidauro Pamplona.

Padão - em que pese minha aproximação e admiração, é um daqueles profissionais raro neste meio em que reina o amadorismo: íntegro, gentil, inteligente e comprometido com o ofício de informar. Colunista da Folha Sertaneja e professor de inglês, o jornalista avaliou a situação da cultura em Paulo Afonso e desabafou:

“Nunca tivemos gestões voltadas para a cultura, para prover a cultura, e temos grandes artistas aqui no município: nas artes cênicas, na arte cinematográfica, artistas em todos os campos da cultura em que a gestão não ajuda”.

Padão citou como exemplo, a atriz Dolores: “Uma mulher que sempre lutou pelo teatro em Paulo Afonso, mas não tem apoio”.

Padão deixa claro que, se a gestão, e aqui é importante destacar a imparcialidade do seu comentário, falando de todos os gestores indistintamente, estivessem preocupados com aquilo que a sociedade pauloafonsina demanda, e não com projetos de poder, a coisa estaria em outro nível.

As manifestações culturais sepultadas

A Copa de Velas que antes substituía o carnaval, hoje serve mesmo para quê? A despeito das atrações, digo sem vacilo: gastar o dinheiro do povo. Quando menos. Nomes da cultura de Paulo Afonso ficam de fora. Ficou de fora a festa popular.

Júnior Padão e Epidauro Pamplona na bancada do programa Radar 89 - Rádio Delmiro FM

O carnaval de Paulo Afonso foi sepultado, a conversa é que não há dinheiro para duas festas. Mas o carnaval é antes de tudo, a festa do improviso. Da alegria sem razão de ser, como diria o poeta. Mas é preciso organizá-lo, fornecer a estrutura para o acontecimento e incentivá-lo, nas condições adequadas.
“Nós temos músicos maravilhosos, mas infelizmente sem apoio, a cultura sempre definhou na cidade, lamentavelmente”, frisou Padão.

De Padão para Ozildo sem perder o passe

Substituir Ozildo não deve ser fácil. Mas o colega tem agradado bastante sempre com o reforço de Epidauro e da equipe do “Radar 89”, o fato é que de um para o outro, o programa mantém o alto nível de qualidade, primando sempre pela informação com credibilidade e estimulando a participação do público, neste que foi e continua sendo o meio mais eficiente para comunicar: o rádio.


Fonte ozildoalves.com.br