O motorista Joniçon Lima Santos passou 22 dias na cadeia
Foi liberado da delegacia de Alagoinhas, no final da
tarde desta segunda-feira (17), o motorista de caminhão Joniçon Lima
Santos, 43 anos, envolvido no acidente que provocou a morte de 13
pessoas, na BR-110, na região do município de Inhambupe, na manhã do dia
27 de janeiro deste ano.
Ele e outras quatro pessoas ligadas à empresa São Luiz Terraplenagem
foram indiciados pelo crime de homicídio com dolo eventual - quando se
admite a possibilidade de matar. Um total de 30 pessoas viajava de São
Paulo com destino a Paulo Afonso em um ônibus da empresa Gontijo quando,
após uma curva, um trator de 35 toneladas se desprendeu do caminhão que
o transportava e atingiu o ônibus. A perícia comprovou que o trator
estava sem amarração.
Em entrevista ao repórter Aldo Matos do programa Acorda Cidade, o
advogado Péricles Novais informou que requereu, juntamente com o
advogado André Novais, a revogação da prisão preventiva do caminhoneiro,
combinado com o relaxamento da prisão por excesso prazal.
“A decisão se deu em face de a Polícia Judiciária e o Ministério Público
não terem concluído o inquérito no prazo legal. Dr. Fábio Falcão (Juiz
de Direito da Comarca de Alagoinhas ), verificando os pressupostos de
admissibilidade, relaxou a prisão dele determinando a expedição de
alvará na data de hoje”, informou o advogado Péricles Novais.
Segundo ele, Joniçon não tem condições técnicas para saber se o
trator necessitava ser amarrado, porque é um procedimento do técnico de
segurança. Essa é uma responsabilidade da empresa onde ele trabalha, até
mesmo porque ele é proprietário apenas do cavalinho, que é a parte que
tem o motor. A parte de trás, que é a carreta, ele já encontrou pronta e
com o trator em cima. A única coisa que ele fez foi acoplar e
transportar. Ele não tem conhecimento técnico e mesmo se o trator
tivesse sido preso de forma errônea pelos prepostos da empresa São Luis,
as correntes não segurariam o peso e viria a tombar”, explicou.
O motorista vai continuar respondendo ao
processo criminal em liberdade, juntamente com as demais pessoas que
foram indiciadas - dois tratoristas, que tinham a função de colocar o
trator em cima do caminhão e amarrá-lo, um gerente e um dos donos da
empresa. José Valdo Liam da Silva, 33 anos, e 12 passageiros morreram.
Outras 16 pessoas ficaram feridas.