terça-feira, 4 de agosto de 2015

Na bronca com Anilton, aliado diz que cansou de ser besta e de fazer papel de palhaço (resumo da sessão)

Crédito: Ivone Lima (www.ozildoalves.com.br)
Carlinhos de Ticos (PT) e o vereador Luiz Aureliano (PT)
Carlinhos de Ticos (PT) e o vereador Luiz Aureliano (PT)
Aconteceu na manhã desta segunda-feira (03), a reabertura dos trabalhos para o 2º semestre na Câmara de Vereadores de Paulo Afonso. A Sessão Solene contou com a presença de autoridades e o secretário de Relações Institucionais do município, José Carlos Carvalho (Carlinhos de Tico) representou o prefeito.
Minoria apertadíssima na Câmara, à oposição ao prefeito Anilton Bastos (PDT) passa neste momento por um período de invisibilidade. A desproporção entre as forças criou situações esdrúxulas, por exemplo, sai da bancada governista as maiores críticas à administração do prefeito, quer seja pelo dissidente Antônio Alexandre (PR), ausente nesta Sessão, ou pelas entradas virulentas de Luiz Aureliano (PT).
A parte significativa dos vereadores que engrossam a fala oficial tratou de apresentar ao bom público presente ontem, um cenário surrealista para Paulo Afonso, e tudo vai bem obrigado. Ressalvas aqui e acolá em relação à crise nacional, e só. Coube curiosamente a Carlinhos de Tico, ex-vereador e político equilibrado lembrar um fato que diz muito.
“Temos que ter a lucidez e cada vereador saber que o acento que os senhores ocupam neste momento é passageiro, os senhores não vão levar para casa e não pode tê-lo como propriedade privada”, disse no momento em que discursou na Tribuna.
Carlinhos cumpriu sua função que é trazer a boa convivência entre executivo e o legislativo e ressaltar a importância das decisões tomadas na Casa.
(Petrônio Nogueira (presidente da CMPA) é provocado por Luiz Aureliano)
Ao vereador, contudo, espera-se que ele possa ressoar a voz rouca das ruas, a clemência das ruas. Ainda que não tenha sido com um tema das calçadas, Luis Aureliano chamou atenção dos colegas para o que entende ser uma afronta do executivo, especialmente do prefeito, diga-se obvio, à Câmara:
“A Lei Orgânica do Município está sendo desrespeitada continuamente. Eis aqui em minhas mãos, dentro de quinze dias o prefeito precisa prestar esclarecimentos de temas solicitados, tenho aqui um pedido de informação aprovado em setembro do ano passado, e até hoje não recebemos a resposta... Vai fazer um ano! Vai fazer um ano!”, disse dirigindo-se ao presidente Petrônio Nogueira (PDT).
Aureliano se referia ao processo que instalou os radares eletrônicos e ao projeto inicial que previa lombadas eletrônicas.
(Aureliano diz que cansou de ser besta)
A palhaçada
“Eu nem vou dizer aqui o nome do que eu acho que a prefeitura nos trata, com todo respeito aos colegas vereadores, eu cansei de ser besta! Não vou mais aqui fazer papel de palhaço! Se for preciso, senhor presidente eu vou acionar a justiça”, disse indignado.
Outro caso, o processo licitatório para compra do terreno onde será construído o shopping
“Pedimos essas informações e até hoje neca de pitibiribas, nequitas! Quer dizer, nós fazemos papel de quê aqui?”,cumpre interromper e perguntar aos leitores, se está tudo ok, com o que mandam as leis, então porque há tanta resistência em informar à Câmara? Por que se trata os vereadores com tanto desprezo? E mais: Por que eles se submetem a isto? Se como lembrou Carlinhos de Tico o mandato é do povo, e não deles?
A cassação do mandato
“Está aqui, na Lei Orgânica, se desatender sem motivo justo as convocações ou pedidos de informações da Câmara quando feitas a tempo e de forma regular”, explicou. Que se diga, nunca se ouviu a oposição ameaçar entrar com processo de cassação do mandato do prefeito, caso este descumprisse a lei, em todos estes debates acalorados que aconteceram recentemente na casa.
O autoritarismo e a patotinha
“Sempre defendi o presidencialismo, mas diante do vejo hoje sou parlamentarista, porque o presidente ou prefeito faz o que quer. As pessoas se apropriam do poder público aí é a patotinha do prefeito, da presidente, de Rui”, neste momento Aureliano não poupou críticas ao governador e à atuação do secretário de saúde do estado: desmanchando tudo.
Finalmente alguém lembra que não existe concurso público em Paulo Afonso. Aleluia!
“Não sou lagartixa! Vamos tratar a coisa pública com transparência! Nos tivemos um projeto de lei que exige concurso público. Quantos cargos comissionados têm a prefeitura?, quantos temporários?, quantos efetivos? São sete anos de mandato sem concurso público e a Constituição Federal é muito clara, sobre o serviço público. Não vamos falar aqui de corrupção se somos coniventes que essa praga de cargos comissionados” finalizou.
(Dos 15 veradores, apenas Antônio Alexandre (PR) não compareceu à sessão desta segunda)
Me explico ao leitor. Vem mais, porque há muito a se falar sobre a política e sobre ontem, mas fiz questão de reproduzir o discurso de Aureliano, não porque me foi simpático, mas porque está baseado num fato inequívoco, e pelo menos cumpriu aquilo que se espera de um vereador: fiscalizar.

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