Iana Lima: O Retrato Político de Paulo Afonso

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Paulo Afonso é um dos municípios com melhores receitas – eis aí um fato importante de  refletir. Pois, apesar disso, convivemos com níveis de miséria, criminalidade e deficiência de infraestrutura absolutamente degradante. O que denuncia dramaticamente o retrato político atual deste município, aonde legislar e executar ambas estão contrárias ao seu direcionamento, principalmente no que concerne ao interesse dos cidadãos.

Se os postulantes aos cargos quando eleitos fizessem cumprir suas funções, agregando valores éticos, honestidade e transparência, o povo e o município seriam os grandes beneficiados. Ocorre que nossos vereadores, após serem eleitos passaram a legislar em causa própria visando unicamente seus interesses e do executivo (prefeito). Abandonando nós eleitores, ou seja, não cumprem nada do que prometeram e assim, o município continua convivendo com níveis de abandono incalculáveis, sem perspectivas nenhuma de melhorias na qualidade de vida dos munícipes, principalmente ao que concerne aos direitos básicos previstos em lei (saúde, educação). Com a alegação de falta de recursos logo surge ai um remanejamento de recursos para mal direcionar o dinheiro do povo e aumentar a arrecadação do município. E a conivência integral da câmara municipal de Paulo Afonso, em não cobrar explicações sobre a necessidade e viabilização é um desatino político, formalizando assim, o descompromisso para com o povo.

O mais intrigante e de difícil aceitação é a ausência de um plano diretor, o qual a sua inexistência, atesta o descompromisso de legislativo e executivo em Paulo Afonso.

 O Plano Diretor é o instrumento básico da gestão municipal, e deve ser elaborado, executado e fiscalizado com ampla participação da população. É a lei mais importante da cidade, depois da Lei Orgânica, e deve contemplar tudo o que se refere ao município, ou seja: geração de emprego e renda, moradia, saneamento, meio ambiente, transporte, segurança, educação, saúde, esporte, cultura e lazer. Mas não é de surpreender a anti-democracia por estas bandas, Paulo Afonso tornou-se uma propriedade privada á medida em que os anseios do povo estão sempre em último lugar. Além de não atenderem aos anseios e às necessidades da população, não atendem ao princípio constitucional da participação popular e não priorizarem as classes menos favorecidas.

É importante ressaltar, que este município vem sobrevivendo do FPM e outras verbas federais, não fôra isso não teriam condições de sobrevivência, fato que entristece, pois por onde andam as arrecadações do município?

Que a administração municipal tem sido desastrosa isso é incontestável, mas a situação política que aqui se instalou vai muito além,quando ao analisarmos a câmara municipal notamos claramente que atualmente encontra-se unificada,ou seja, foi-se o tempo em que existisse oposição. Se bom ou ruim, o fato é que estamos abandonados, um dos pré-requisitos básicos da democracia é a existência de um poder legislativo forte e realmente independente, sem isso a democracia é deficiente, capenga. O legislativo municipal em Paulo Afonso ainda não mostrou para que veio, mas se assimilam a encosto de cadeira do que defensores do interesse social. Se ocupam mais em mudar nome de ambientes públicos “ou escolher pessoas para prestar homenagem em sessões especiais “moção de aplauso”.

Vereador consciente contribui efetivamente para o desenvolvimento humano do seu município, ajudando o povo a pensar e se organizar, não querendo desalegrar nossos legisladores, permitam-me lembrá-los que seus mandatos não são vitalícios, moção de aplauso não é projeto, executivo por si só não elege vereador, e descontentamento gera insatisfação e esta, vocês podem imaginar...

Por Iana Lima (não cronista, não partidária, apenas cidadã)